Nação Palestrina,
Recebo pela mídia a notícia de que o nosso clube tomou a decisão de sanear as suas dívidas, tendo como consequência imediata dessa meta a reavaliação sobre a existência de outras modalidades esportivas no rol de atividades sociais.
Brunoro, em um programa de TV, afirmou que o Basquete, por exemplo, só continua se arrumar um patrocínio que faça frente aos seus gastos anuais.
O pensamento parece razoável e de certa forma acertado quando consideramos a situação de extrema dificuldade que vivemos para honrar nossos compromissos.
Todavia, há um outro ponto que devemos discutir, ao meu ver, antes de anunciar a cessação de esta ou aquela atividade: o que queremos ser?
Essa proposição existencial para de resposta óbvia aos espíritos ingênuos ou pouco preparados: o maior clube do mundo!
Mas, ainda que tomemos esse sonho/desejo como uma premissa já realizada, necessária é a segunda indagação: maior em quê?
Inúmeras são as possibilidades de resposta: número de torcedores, quantidade de títulos no futebol, número de associados, tipos de modalidades esportivas, valor da marca “Palmeiras”, etc., etc., etc.
É exatamente nesse ponto que me parece faltar clareza aos nosso dirigentes de hoje e de ontem.
O fato de separarmos contabilmente a fonte de financiamento das modalidades esportivas – medida ao meu ver, reitero, acertada – não significa, necessariamente, que devamos extinguir determinada atividade.
O Palmeiras tem tradição esportiva em várias modalidades atualmente pouco exploradas. Cito o futsal, o próprio basquete, o boxe, sem falarmos na patinação e nos Periquitos em Revista.
Basta analisarmos as experiências de outros clubes/empresas nos esportes citados para verificarmos que existe possibilidade real de ganho financeiro e de imagem em outras modalidades que não o futebol.
O que falarmos de casos como o Carlos Barbosa, o Rio de Janeiro (e sua OGX), Rexona, Red Bull e o próprio Pão de Açúcar em seus investimentos no atletismo? . Será que estão perdendo dinheiro?
Certamente, não. Além do mais, há outro ponto a se considerar, tais empresas partiram do nada para construir suas equipes e suas imagens, não contando, como aconteceria conosco, com uma instituição quase centenária.
O segredo, no entanto, parece simples. Separar fontes de receita e separar, principalmente, a gestão de cada modalidade.
Teríamos vários “clubes” dentro de um mesmo clube, todos interligados pelo distintivo alvi-verde.
Para tanto, seria necessária a coordenação desportiva e não a concentração, como adotado no modelo administrativo hoje vigente.
Espero que nosso Presidente seja bem aconselhado, pois temos na mão uma mina de ouro inexplorada.
guilherme.mendes@blogdotrio.com.br
Excelente! Palavras lúcidas e de vanguarda….algo que nem de longe parece haver no Palmeiras
By: Luis Alberto Prates on 16/05/2013
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