Amigos do Trio,
Vendo a Copa América 2011, a grande dúvida que fica é: O que acontece com o Futebol Argentino?
A Seleção já vive uma crise faz tempo.
O último título do time principal foi há 18 anos, na longínqua Copa América de 1993.
Depois disso foram 5 Copas de decepções para los hermanos.
Com direito a uma eliminação na primeira fase de 2002.
Nos clubes, a situação era diferente. Os argentinos mostravam sua força na América do Sul. Na década de 2000, foram 5 títulos, 4 com o Boca (2000, 2001, 2003 e 2007) e 1 com o Estudiantes (2009).
Mas parece que a fonte secou também nos clubes. Ou o bom retrospécto da década passada se devia mais ao Boca Juniors que ao próprio futebol do país.
O River Plate, um dos maiores times do país, caiu recentemente para a segunda divisão.
Vale lembrar que, no ano passado, o também gigante Rosário Central caiu. E passará mais um ano na segundona.
Na última Libertadores, o Vélez chegou às semi-finais. Mas foi o único a passar pela primeira fase.
E o outrora tão temido Boca, hoje frequenta a metade da tabela do Campeonato Nacional.
A verdade é que os clubes argentinos não têm dinheiro. Devido a um atrito com a AFA, os direitos de transmissão são da televisão estatal, que não pode pagar grandes quantias.
E os patrocínios não são tão altos como aqui no Brasil.
Para se ter idéia, em 2009 o Boca acertou com a LG, por 2 milhões de dólares anuais, aproximadamente R$ 3,2 milhões. Na mesma época o São Paulo recebia da mesma empresa cerca de R$15 milhões.
Outro exemplo é em relação à Nike e o próprio Boca. Enquanto por lá eles pagam R$7,5 milhões por ano aos Xeneizes, por aqui são cerca de R$16 milhões ao Corinthians.
Alguém pode dizer que o maior jogador do mundo é argentino. Sim, de fato é.
Mas essa Copa América está provando que Messi é mais espanhol que argentino. E, se as coisas não mudarem nessa competição, Messi pode se queimar de vez com a torcida.
A verdade é que a Seleção não está jogando nada. Sérgio Batista tenta dar uma nova cara ao time. Uma cara mais argentina.
Em vão.
O que vemos é uma equipe sem qualquer padrão tático. Um bando de bons jogadores esperando uma jogada genial de Messi, que não ocorrerá.
Se a Argentina não resgatar seu espírito, o velho espírito do seu futebol, corre sério risco de virar um Uruguai.
Se por aqui “Neymars” e “Gansos” brotam a cada dia, por lá é diferente.
Surgem bons jogadores, mas nenhum fora de série, e todos sem o espírito do Futebol Argentino!
Aurélio Camargo
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